
Summit Saúde 2021: Presidente da Interfarma defende fortalecimento da pesquisa clínica no Brasil
A presidente-executiva da Interfarma, Elizabeth de Carvalhaes, participou do painel Inovação e o futuro dos investimentos em pesquisa, na manhã do dia 19 de outubro, no Estadão Summit Saúde 2021. Com um faturamento de R$ 110 bilhões por ano, o setor farmacêutico tem uma relevância importante na economia brasileira, além de ter sido essencial no enfrentamento da pandemia de coronavírus. Segundo a presidente da Interfarma, a produção, o conhecimento científico e a inovação são um polo de atração de investimentos.
“A indústria farmacêutica é voltada a altíssima ciência, inovação e pesquisa. Não só a produção, mas o conhecimento científico e a inovação são um polo de atração de investimento para o país. Como polo produtor na América Latina, naturalmente um mercado de mais de 200 milhões de habitantes, faz com que o setor farmacêutico se torne um dos setores primordiais no sistema da saúde e fundamentais do ponto de visto econômico”, afirmou Elizabeth.
Outro ponto destacado pela executiva foi sobre a importância da pesquisa clínica para fortalecer o setor e atrair mais recursos para o Brasil, além das características que o país reúne para a realização de estudos clínicos, como tamanho e diversidade da população, por exemplo. “Quando a gente fala da economia brasileira, temos que falar sobre pesquisa clínica também. Qual é o ambiente de negócios que o país precisa oferecer pra de fato ser um polo atrativo para desenvolvimento científico e para a pesquisa clínica?”, colocou.
Além disso, ela lembrou do Projeto de Lei 7082/2017, que aguarda andamento no Congresso Nacional. “O Brasil ainda tem muito a fazer em relação à pesquisa clínica. Temos uma legislação pronta sobre o tema com regras claras. Mas que até o momento, não foi aprovada. Então, a gente fica preso na importação do estudo e da ciência em um mercado dessa magnitude. As iniciativas não devem ser restritas ao sistema público. A Interfarma está desenvolvendo com o Instituto Vencer o Câncer (IVOC) centros de pesquisa clínica na área de oncologia no Norte e Nordeste do país”, afirmou.
Elizabeth também apresentou o posicionamento da Interfarma e de suas associadas em relação ao licenciamento compulsório, especificamente ao PL 12/2021, aprovado pelo Congresso e que teve partes vetadas pela Presidência da República. Os vetos agora devem ser avaliados pelos parlamentares, que podem mantê-los ou derrubá-los. “O que preocupa um pouco nessa situação pandêmica é que o governo brasileiro agora entende que derrubar as patentes – o licenciamento compulsório – das vacinas vai ser a solução para um desenvolvimento local. Isso está em discussão no Congresso Nacional. Mas a produção de vacinas está longe de ser trivial e as patentes não estão no Brasil. Essas ações intempestivas, na situação da própria pandemia, criam discussões caras do ponto de vista político e de investimento sem a solução. Se queremos aumentar a produção brasileira, as soluções estão dadas nas parcerias, como as realizadas pela AstraZeneca e a Fiocruz, o Butantã e a Sinovac e a Pfizer e a Eurofarma. O Brasil tem meios de buscar soluções mais ágeis dentro do tempo da ciência”, concluiu.
Mediado pela jornalista Cristiane Segatto, o painel contou ainda com a participação de Abner Lobão, Diretor executivo de Medical Affairs da Takeda; Sue Ann Costa Clemens, Diretora do Grupo de Vacinas Oxford-Brasil; Esper G. Kallás, Médico infectologista e professor titular do Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina da USP; e Margareth Pretti Dalcolmo, Médica pneumologista e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
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