Artigo: Introduzindo uma nova era no tratamento do câncer

Artigo: Introduzindo uma nova era no tratamento do câncer

Texto originalmente publicado em inglês no site da IFPMA. Clique aqui para acessar o artigo.

Por Amadou Diarra*

Quase 40% das pessoas receberão um diagnóstico de câncer durante sua vida. Em 2020, o câncer foi responsável por cerca de 10 milhões de mortes em todo o mundo. Isso significa que quase uma em cada seis mortes foi causada pelo câncer.

Para muitos de nós, o câncer está bem próximo. Pode ser um ente querido, ou até nós mesmos. O impacto do câncer nunca está distante. Entretanto, nossa determinação reside em enfrentar este mal por meio de compaixão, atenção e inovação em medicamentos, integrando-os a uma abordagem abrangente de cuidados de saúde.

As taxas de sobrevida no tratamento do câncer estão cada vez mais altas, especialmente em países que possuem sistemas de saúde avançados. Contudo, a doença continua a se alastrar em escala mundial. Com mais de 18 milhões de casos de câncer registrados em 2018, é esperado que até 2040 haja cerca de 29 milhões de casos devido ao crescimento demográfico e ao envelhecimento das populações.

O câncer é a principal causa de morte no mundo

Das 10 milhões de mortes anuais causadas pelo câncer em todo o mundo, 70% ocorrem em países de baixa e média renda, onde a taxa de mortalidade por câncer tem projeção para atingir 16,3 milhões até 2040.

A pandemia de COVID-19 teve um efeito muito negativo na triagem, diagnóstico e tratamento do câncer. Nas fases iniciais da pandemia, o diagnóstico de tumores invasivos caiu 44% na Bélgica, enquanto na Itália, os rastreamentos de câncer colorretal diminuíram 46% entre 2019 e 2020. Na Espanha, o número de diagnósticos em 2020 foi 34% menor do que o esperado. A capacidade dos sistemas de saúde de lidar com o câncer, em particular, é uma parte importante do preparo para pandemias.

40% das pessoas receberão um diagnóstico de câncer durante sua vida
10 milhões de mortes causadas pelo câncer em 2020
29 milhões de casos de câncer até 2040

A inovação está fazendo a diferença

Avanços na ciência estão revolucionando o cuidado do câncer. As taxas de sobrevivência estão aumentando e estamos ganhando cada vez mais qualidade de vida. A luta contra o câncer nunca termina. Cientistas estão sempre em busca de inovações.

O câncer é a doença que possui mais tratamentos em desenvolvimento, com milhares de ensaios clínicos para terapias contra a doença, com o apoio da indústria biofarmacêutica.

No passado, os cientistas se concentravam nos cinco principais tipos de câncer: mama, pulmão, próstata, intestino e pele. No entanto, sabemos que existem cerca de 200 tipos de câncer diferentes. Portanto, o que pensamos como câncer de pulmão, por exemplo, é na verdade um grupo de subtipos diferentes, cada um com seus próprios desafios.

Agora sabemos que o câncer não é uma única doença.
São mais de 200 subtipos diferentes

Essa descoberta, juntamente com uma melhor compreensão de como o câncer se inicia, progride e funciona em nível celular, nos levou a reimaginar o cuidado do câncer muito além da prevenção.

A inovação em áreas como imuno-oncologia, terapia celular e genética, terapia de RNA e oncologia de precisão oferecem o potencial de combater a doença sob várias perspectivas, com o objetivo de transformar a vida dos pacientes. Cientistas estão usando ciência de dados, soluções avançadas de ensaios clínicos e tecnologias digitais robustas como a inteligência artificial para acelerar o processo de desenvolvimento de medicamentos. A oncologia de precisão, adaptada às necessidades específicas do paciente, está mudando radicalmente prognósticos e resultados da doença.

Por meio da medicina translacional, cientistas estão aprofundando sua compreensão da biologia da doença e descobrindo novos biomarcadores para ajudar a prever como os pacientes responderão ao tratamento.

Entregando tratamentos inovadores para os pacientes

À medida que o nível de precisão e adaptação nesses novos tratamentos aumenta, também crescem a complexidade e o desafio de diagnosticar o câncer e aprovar, produzir e administrar tratamentos para que eles cheguem ao paciente certo no momento certo.

Alguns novos tratamentos são bioterapêuticos, criados por meio da manipulação de células vivas. Como exemplo, para tratar um tumor específico, é necessário coletar uma amostra do paciente, perfilar e, em seguida, desenvolver um tratamento personalizado exclusivamente para esse paciente. Isso traz consigo desafios tanto de natureza técnica quanto regulatória. Já não se trata apenas de aprovar um medicamento único para toda a população.

Esses avanços no cuidado do câncer revelam que tratamentos inovadores não são suficientes. O desempenho no cuidado do câncer é desigual, dependendo das circunstâncias locais, e é fundamental aproveitar ao máximo os recursos disponíveis para alcançar os melhores resultados para os pacientes e a sociedade. Os sistemas de saúde precisarão continuar se adaptando à medida que a equipe responsável pelo paciente adquire expertise nesses novos tratamentos. Dar apoio aos pacientes ao longo de seu tratamento, ouvi-los, responder às suas perguntas, gerenciar os efeitos colaterais e avaliar os serviços de que precisam devem ser a peça central dessa evolução.

Parcerias são essenciais para superar desafios sistêmicos
no acesso dos pacientes a inovações

O funcionamento do sistema de saúde e o controle do câncer continuam sendo fatores cruciais. Por meio de iniciativas como a All.Can, na qual a BMS é membro fundador e parceira líder, diversas partes interessadas estão buscando melhorar a eficiência no cuidado do câncer. A BMS está trabalhando em parceria com várias partes da comunidade do câncer para melhorar os resultados dos pacientes, introduzindo inovações em um cuidado do câncer mais eficaz e eficiente, abrangendo desde triagens, detecção precoce e diagnóstico até o aperfeiçoamento do suporte ao paciente, orientação e otimização da gestão do tratamento.

Além disso, a BMS colabora com o C/Can, uma iniciativa que apoia cidades em todo o mundo para melhorar o acesso a um tratamento equitativo e de qualidade para pacientes oncológicos. O C/Can reúne interessados dos setores público e privado para projetar, planejar e implementar soluções para a doença. Em maio, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou a implementação de sua Iniciativa Global de Câncer de Mama, com o objetivo de reduzir a mortalidade por este tipo de câncer em todo o mundo em 2,5% ao ano. Isso significaria salvar 2,5 milhões de vidas em 20 anos. A OMS também está colaborando com o City Cancer Challenge, parte do C/Can, para implementar a iniciativa, com a BMS como parceira principal emcompartilhamento de conhecimento e financiamento. A IFPMA desempenhou um papel de catalisador nessa colaboração público-privada, que conta com a participação de quatro representantes do setor.

Todos os pacientes devem ter acesso a medicamentos inovadores, independentemente de onde vivam. Trabalhando com uma rede diversificada de parceiros, os programas globais da BMS ajudam a fortalecer a capacidade dos sistemas de saúde e a melhorar o acesso aos tratamentos. Buscamos a diversidade em ensaios clínicos, reconhecendo que características como idade, raça e origem étnica, entre outros fatores, podem influenciar a eficácia de um tratamento potencial em um paciente.

Treinamos profissionais de saúde em boas práticas clínicas por meio de centros nacionais e regionais e apoiamos iniciativas de educação e conscientização sobre doenças para grupos de pacientes e comunidades. Por meio da Access Accelerated Initiative, a BMS está unindo forças com parceiros do setor para combater as disparidades no cuidado de doenças não transmissíveis em países de baixa e média renda. Além do financiamento, ajudamos a mobilizar a expertise técnica de parceiros locais para projetar e implementar soluções para cadeias de suprimentos, cuidados primários e necessidades de saúde digital.

É crucial manter a inovação em todas as fases do ciclo de vida de um medicamento e ao longo dos sistemas de saúde, de modo a nos aproximarmos coletivamente de um diagnóstico precoce, tratamentos mais eficazes e melhores resultados para pacientes oncológicos, independentemente de onde eles vivam.

*Amadou Diarra é vice-presidente sênior de Política Global, Patient Advocacy e Assuntos Governamentais na Bristol Myers Squibb