Artigo: Décadas de persistência levaram a novos tratamentos para a doença de Alzheimer

Artigo: Décadas de persistência levaram a novos tratamentos para a doença de Alzheimer

Texto originalmente publicado em inglês no site da IFPMA como parte da campanha #AlwaysInnovating #SempreInovando. Clique aqui para acessar o artigo.

Por Laura Campo*

Nossa indústria está ciente, mais do que a maioria, que o fracasso é uma parte intrínseca – e vital – da pesquisa e do desenvolvimento científico. Mesmo quando o desenvolvimento de um novo medicamento em potencial não é bem-sucedido, ele ainda pode desempenhar um papel crucial na compreensão de uma doença e fornecer dados importantes para a próxima etapa da jornada. A busca por novos tratamentos para a doença de Alzheimer é um exemplo de como retrocessos anteriores estão agora levando a novos avanços científicos.

O desafio de desenvolver tratamentos para a doença de Alzheimer

A doença de Alzheimer, a forma mais comum de demência, é uma condição neurodegenerativa implacável que priva as pessoas de suas lembranças, independência, perspectivas de futuro, relacionamentos e, por fim, de suas vidas.

Quase 10 milhões de novos casos de demência são diagnosticados anualmente, com mais de 55 milhões de pessoas convivendo com essa doença em todo o mundo. É a sétima principal causa de morte e uma das principais causas de incapacidade entre idosos em todo o mundo. Com o envelhecimento da população, o número de afetados continuará a crescer, projetando-se para 78 milhões em 2030 e 139 milhões em 2050.

A doença de Alzheimer é uma doença degenerativa progressiva que se desenvolve ao longo de décadas, frequentemente provocando alterações no cérebro das pessoas muito antes do aparecimento dos sintomas cognitivos. No entanto, é muito difícil diagnosticá-la precocemente, justamente quando existe uma maior oportunidade de se beneficiar de tratamentos potencialmente mais eficazes ou de participar de ensaios clínicos. Ainda existem desafios na compreensão da doença (ou seja, a correlação entre alterações neuropatológicas e sintomas cognitivos) e na forma como é abordada na prática clínica e percebida pela sociedade.

Isso torna desafiador o desenvolvimento de medicamentos capazes de retardar a progressão nesse estágio inicial crítico. No entanto, a intervenção precoce, antes que a gravidade da doença impacte a vida cotidiana, tem potencial de proporcionar enormes benefícios aos pacientes, suas famílias e à sociedade em geral.

55 milhões de pessoas vivem atualmente com demência
10 milhões de pessoas são diagnosticadas com demência todos os anos
99% de taxa de falha nos candidatos a tratamentos para a doença de Alzheimer

Descobertas científicas recentes levando a novos tratamentos

Em 2019, os ensaios clínicos da doença de Alzheimer apresentaram uma taxa de falha de 99%. Contudo, após décadas de persistência, novos tratamentos para Alzheimer estão finalmente demonstrando sucesso em ensaios clínicos e passando por revisão regulatória.

“Novos tratamentos para Alzheimer estão finalmente
demonstrando sucesso em ensaios clínicos
e recebendo aprovação regulatória.”

Esses tratamentos demonstraram a capacidade de retardar o avanço da doença de Alzheimer, removendo a amiloide, uma proteína pegajosa que se acumula no cérebro das pessoas afetadas pela doença. É um avanço científico emocionante e duramente conquistado. Embora não represente uma cura, esse avanço oferece uma solução para retardar o avanço da doença para pacientes que, até o momento, só tiveram acesso a tratamentos para controlar os sintomas.

 A inovação exige décadas de persistência

A longa jornada rumo aos novos tratamentos para a doença de Alzheimer serve como um lembrete dos riscos por trás da inovação e, mais do que nunca, enfatiza a importância de incentivar a inovação por meio de uma estrutura regulatória sólida e previsível. Não há garantia de sucesso, mas as empresas farmacêuticas continuam a explorar novas ideias – muitas vezes por décadas – porque descobertas inovadoras e revolucionárias podem demandar tempo. A Eli Lilly se dedica há mais de 30 anos à investigação da doença de Alzheimer. É essa determinação que, em última análise, oferece novos tratamentos que aprimoram a vida dos pacientes e de seus familiares. Até janeiro de 2022, havia 143 medicamentos candidatos em ensaios clínicos para o tratamento da doença de Alzheimer.

Mesmo quando a inovação falha, lições valiosas são aprendidas. Muito do que sabemos agora sobre novos tratamentos promissores para a doença de Alzheimer é resultado de pesquisas que não alcançaram seu objetivo inicial. Os dados provenientes de ensaios clínicos malsucedidos responderam a perguntas existentes e geraram novas questões. Os contratempos proporcionaram lições científicas cruciais e nos mostraram o caminho para os tratamentos transformadores pelos quais as pessoas com a doença de Alzheimer aguardam.

É necessário um esforço coletivo de todas as partes interessadas

A pesquisa e o desenvolvimento de uma doença com uma necessidade médica tão elevada e ainda não atendida vão continuar. Ao mesmo tempo, é igualmente importante que promovamos discussões sobre como podemos reorientar os sistemas de saúde para adotar diferentes abordagens de cuidados.

Os sistemas de saúde devem permitir que os médicos ajam prontamente ao suspeitarem de comprometimento cognitivo, fornecendo a eles o conhecimento, as ferramentas e os recursos necessários para realizar diagnósticos mais precoces e precisos da doença de Alzheimer, incluindo o acesso a biomarcadores de diagnóstico (PET scans ou CSF) e, em um futuro próximo, permitir o uso conjunto de biomarcadores sanguíneos.

Embora haja desafios pela frente, está claro que podemos fazer uma enorme diferença se trabalharmos juntos. Por meio de esforços coletivos das partes interessadas, em todas as etapas da jornada, podemos garantir que novos tratamentos para a doença de Alzheimer sejam usados com sucesso para transformar vidas mundialmente.

*Laura Campo é diretora-executiva de Assuntos Corporativos Internacionais, Lilly

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