Valor Econômico | Jornalista: Murillo Camarotto
Poucos dias antes do fim de 2017, a indústria farmacêutica divulgou os números consolidados referentes ao ano passado. Em 2016, o setor faturou R$ 63,5 bilhões, segundo dados divulgados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Durante todo o ano passado, foram comercializadas 4,5 bilhões de embalagens de produtos farmacêuticos.
De acordo com a agência, o destaque do exercício foi a venda de medicamentos novos, produzidos com princípios ativos sintéticos ou semissintéticos. Esse grupo representou um montante de R$ 25 bilhões em vendas em 2016, o que representou 39,4% do total registrado no período.
Entre as 20 empresas com maior faturamento, oito são brasileiras, sendo duas estatais (Fundação Oswaldo Cruz e Instituto Butantan). As empresas detentoras de registro para fabricação de produtos farmacêuticos estão distribuídas geograficamente em 14 Estados.
Os dados apresentados pela agência apontam que o principal canal de distribuição de medicamentos são as empresas de comércio atacadista (68%), seguidas por farmácias e drogarias (17%). A União, Estados e Municípios representam o terceiro principal comprador, com 9%.
A participação dos medicamentos genéricos no mercado interno está se aproximando do patamar observado nos Estados Unidos e na União Europeia. De acordo com o presidente da Anvisa, Jarbas Barbosa, o volume de medicamentos genéricos e similares vendidos no Brasil representou 63% do mercado em 2016. Nos EUA e na Europa, onde os genéricos existem há bem mais tempo, a média é de 65%.
Os medicamentos similares também são considerados genéricos. A única diferença é que os similares têm uma marca própria, enquanto que os genéricos só podem exibir nas embalagens o nome da substância ativa.
O preço médio dos medicamentos genéricos é pelo menos 35% inferior aos medicamentos chamados \”de referência\”. Por esse motivo, a fatia dos genéricos e dos similares no faturamento da indústria é menor. No ano passado, ficou em torno dos 35%.
Os remédios voltados ao tratamento de doenças cardiovasculares liderou o ranking da indústria no ano passado. De acordo com a Anvisa, foram comercializadas 694 milhões de embalagens dessa categoria, o que representou 15,3% do mercado.
Em segundo ficaram os medicamentos destinados ao cuidado do sistema nervoso central, com 650 mil unidades vendidas.
As informações constam da segunda edição do Anuário Estatístico do Mercado Farmacêutico 2016, que é elaborado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED).