Valor Econômico | Jornalista: Marcelo Ribeiro
O vice-governador da Bahia, João Leão (PP), negou que esteja avaliando a possibilidade de deixar o cargo para assumir o comando do Ministério da Saúde, em substituição ao atual titular da pasta, Ricardo Barros, que deixará a função em abril, prazo máximo para a desincompatibilização daqueles que queiram concorrer nas eleições de 2018. Com a negativa, restará ao PP, segundo apurou o Valor, buscar um nome técnico para o cargo. A indicação, porém, só se confirmará se esse nome se comprometer a não mexer na estrutura da pasta, deixando nomes ligados ao partido em suas funções.
\”Não tem nada disso. Não tenho a menor intenção de assumir o ministério. Não tem a menor chance\”, disse Leão ao Valor.
Apesar da resistência de Leão, interlocutores do político afirmam que ele reconheceu, em conversas reservadas, que ficou \”balançado\” com a possibilidade de assumir um posto na Esplanada.
João Leão disse ter sido sondado para o cargo pelo presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), mas não demonstrou disposição em desistir da disputa eleitoral deste ano. Aliado do governador da Bahia, Rui Costa, do PT, Leão rechaçou a possibilidade de não apoiar o petista à reeleição e disse que definirá nas próximas semanas se vai compor a chapa com Costa ou se tentará uma vaga no Senado pelo PP.
Segundo o vice-governador – que é vice-presidente nacional do PP -, uma reunião da Executiva será realizada até o fim de março para avaliar os nomes que levará ao presidente Michel Temer para suceder Barros. Leão disse que o partido pode abrir mão da indicação, se o sucessor comprometer-se a não mexer no segundo escalão da pasta, ocupado majoritariamente por integrantes da legenda. \”Essa possibilidade não desagrada. Queremos que seja alguém que faça um bom trabalho como o que vem sendo desenvolvido por Barros\”.
Oficialmente, o PP afirma que o novo titular da pasta precisa assumir o cargo com cautela e sem modificar a estrutura para garantir que os projetos em andamento sejam concluídos ainda em 2018, porém, nos bastidores, parlamentares da legenda reconhecem que a única preocupação da sigla é não perder o controle da máquina em um ano de eleição.