Setor Português 28/11/2013

País terá 576 mil novos casos de câncer em 2014

Folha de S.Paulo
Jornalista: Johanna Nublat

Estimativa divulgada ontem pelo Ministério da Saúde aponta que o Brasil deverá ter 576.580 novos casos de câncer em 2014.

O estudo é feito pelo Inca (Instituto Nacional de Câncer) com base nos registros de casos e mortalidade.

A estimativa é divulgada a cada dois anos. A anterior, de 2011, apontava para 519 mil casos em 2012 os dados de quantos ocorreram não estão consolidados.

Do total de casos esperados em 2014, 182 mil são de tumor de pele não melanoma, o mais comum entre homens e mulheres e geralmente de baixa letalidade.

Com exceção desse tumor, o câncer mais frequente entre as mulheres continua sendo o de mama apenas no Norte, o câncer de colo do útero lidera entre os casos esperados.

Diferentemente dos estudos anteriores, o levantamento de 2013 indica que, entre as mulheres, os casos de câncer de cólon e reto vão ultrapassar os de colo do útero e assumir a segunda posição entre os mais comuns.

“Decidimos criar uma reunião com o comitê de especialistas para ver se não está na hora de o Brasil adotar medidas de rastreamento mais precoce do intestino baixo. Vamos discutir com especialistas a possibilidade de o Brasil adotar campanhas específicas”, disse o ministro Alexandre Padilha (Saúde).

Segundo Cláudio Noronha, coordenador de prevenção e vigilância do Inca, alguns países, como Inglaterra e Finlândia, adotam o rastreamento precoce desse tipo de câncer. Uma das maneiras, diz ele, é por meio de um exame que busca sangue nas fezes. A partir dele, é necessário fazer exames mais complexos, como a colonoscopia.

Questionado sobre a capacidade de a rede pública realizar esses exames amplamente, Noronha diz que será necessário investimento.

Já entre os homens,com exceção do tumor de pele não melanoma, o câncer de próstata continua no topo do ranking. Em seguida, vêm o câncer de traqueia, brônquio e pulmão e o de cólon e reto.

“O câncer cresce no Brasil seguindo uma tendência internacional, influenciado pelo envelhecimento da população. Outros fatores de risco também são importantes, e o principal deles é o tabagismo”, diz Noronha.

ATRASO NO SISTEMA

Segundo Padilha, o governo prorrogou para 2014 o prazo para que Estados e municípios façam o registro de novos casos de câncer no sistema informatizado nacional lançado neste ano o prazo original era agosto de 2013.

O objetivo da ferramenta é, entre outros, garantir o respeito ao prazo máximo para o início do tratamento do câncer, de 60 dias a partir do diagnóstico.

“Alguns Estados já vêm usando a ferramenta de forma adequada. A pedido de Estados e municípios, o Ministério da Saúde estabeleceu a obrigatoriedade para 2014.”

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