Interfarma Português 17/02/2014

O poder do abaixo-assinado

Diário do Comércio (SP) Online
Autor:  Walter Ihoshi

Após décadas pagando pelo remédio mais caro do mundo, os brasileiros podem começar a ter esperança de ver este cenário mudar. 

Nesta semana, a Câmara dos Deputados deve instalar uma comissão especial para analisar todos os projetos referentes à redução de impostos sobre os medicamentos em trâmite na Casa.

Pelo menos foi esta a promessa feita pelo presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB/RN), em ato público realizado na quarta-feira (12/02), depois de receber mais de 2,6 milhões de assinaturas em apoio à desoneração dos remédios no Brasil.

Como presidente da Frente Parlamentar pela Desoneração dos Medicamentos, entregar 3,8 mil cadernos ao Congresso Nacional, com assinaturas coletadas em diversos estados do País, me fez perceber que, apesar de boa parte dos consumidores brasileiros não saberem que a alta carga tributária encarece os remédios no Brasil, ninguém mais aguenta desembolsar fortunas para se tratar.

Embora a maioria das assinaturas entregues na Câmara tenha sido recolhida em outubro, em campanha organizada pela Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) e pela Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), milhares foram coletadas por parlamentares, membros da frente de desoneração.

Temos, minha equipe e eu, visitado dezenas de cidades desde que lancei a Frente pela Desoneração dos Medicamentos, no início do ano passado. Tenho ido a eventos e às ruas, conversado com a população, e as pessoas não têm ideia do peso dos tributos no próprio bolso.

No caso dos remédios, o percentual de tributação chega a 34%, o que representa mais de um terço do preço final, enquanto a média mundial é de 6%. Em muitas nações, esses produtos são isentos de qualquer taxação. Ao dizer isso, todos se espantam, se indignam, e imediatamente se disponibilizam a passar essa informação adiante, com o intuito de ajudar a mudar esta história.

O abaixo-assinado levado ao presidente Henrique Alves é o resultado dessa mobilização. Estou certo de que se a campanha fosse estendida, o número se multiplicaria. Os 2.620 milhões de consumidores deixaram seus nomes no papel por saber que o documento seria levado ao Parlamento. Em todos os lugares por onde passei, ressaltei a importância da participação de cada um para que a comissão especial fosse criada.

Walter Ihoshi é deputado federal (PSD/SP) e presidente da Frente Parlamentar para a Desoneração dos Medicamentos

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