O alto preço da omissão

Exame | Jornalista: André Jankavski

A depressão e o transtorno de ansiedade fazem parte de uma espécie de epidemia global e afetam fortemente as economias. Estima-se que 1 trilhão de dólares sejam perdidos em produtividade todos os anos em decorrência de ambas as doenças.

No Brasil, a Organização Mundial da Saúde calculou que 6% da população sofre com depressão, enquanto 9% têm algum transtorno de ansiedade. Os números correspondem ao triplo da média global. Mesmo assim, poucas empresas brasileiras criaram medidas para amenizar a ocorrência desses problemas. Um estudo da consultoria americana Mercer Marsh, realizado em 11 países da América Latina, aponta que apenas 21% das companhias brasileiras mantêm políticas ou programas para cuidar da saúde mental dos funcionários.

Na região, três países ultrapassam esse percentual: Colômbia (45%), Porto Rico (35%) e México (22%). A maioria das empresas ainda se concentra em fazer apenas o básico para a identificação dos problemas: o foco está nas avaliações psicológicas obrigatórias por lei e nas realizadas nos processos de seleção de pessoal. Medidas preventivas, como pareceres periódicos (5%), continuam sendo raras. “De cada dez atestados médicos de afastamento, cinco são relacionados a doenças psicoemocionais. Mesmo assim, as empresas que cuidam da saúde mental dos funcionários são minoria”, diz Antonietta Medeiros, superintendente de gestão de saúde da Mercer Marsh Benefícios.