O Globo | Jornalista: Lauro Jardim
A 40 dias do término do seu mandato de presidente da Anvisa, William Dib tem uma certeza: antes de deixar a agência, vai botar em votação os processos sobre uso medicinal da maconha —um, autoriza o cultivo industrial; outro, a venda de remédios derivados da cannabis. A tramitação de ambos está parada desde outubro, quando dois diretores pediram vista dos processos. Caso não os devolvam em breve, Dib vai pautá-los, botando-os goela abaixo de quem trabalha pelo adiamento da votação “ad aetemum”.
… e passa
Dib é declaradamente favorável tanto ao cultivo da cannabis quanto à venda de medicamentos produzidos a partir da planta da maconha. Intramuros, aposta-se que, além do presidente, os diretores Alessandra Bastos e Renato Porto votem pela aprovação dos dois processos. A dupla que pediu vista —Fernando Garcia Neto e o almirante Antônio Barra Torres, ligadíssimo a Jair Bolsonaro —devem votar contra em ambos. O fiel da balança, então, será Renato Porto. A tendência é que ele se posicione a favor da comercialização dos remédio. Em relação ao cultivo, ninguém arrisca adiantar um palpite sobre o que Porto fará.
O presidente
Bolsonaro já bateu o martelo: o almirante Barra Torres será o próximo presidente da Anvisa.