A Interfarma teve uma reunião com o Ministro da Saúde Marcelo Queiroga no dia 16.02, em Brasília. Entre os temas abordados estão pesquisa clínica, vacinação além da Covid-19, incorporação de medicamentos pelo SUS e um complexo industrial de Saúde no Brasil. Para a Associação, o encontro foi bastante produtivo.
Elizabeth de Carvalhaes, presidente; Eduardo Calderari, vice-presidente, e Natalia Canova, Diretora de Comunicação e Relações Institucionais, representaram a Interfarma na reunião. Do lado do ministério, além de Queiroga, estiveram presentes o secretário Executivo Rodrigo Cruz; a secretária recém-nomeada da SCTIE Sandra Barros; o assessor especial Daniel Pereira; e a diretora do DGITIS e da CONITEC Vânia Canuto.
A Interfarma apresentou seu posicionamento em relação ao PL 7082/2017, que regulamenta a pesquisa clínica no Brasil e aguarda votação em Plenário com requerimento de urgência. O ministro se disse favorável ao PL e afirmou que fará articulação com o presidente da Câmara, Arthur Lira, para que ele seja pautado e votado pelos deputados.
Além disso, a Associação mostrou-se preocupada com a queda na cobertura das vacinas além da Covid-19, mencionando seis pilares estratégicos para reverter o quadro: adesão da população, comunicação, combate a Fake News, planejamento, logística e infraestrutura; sistemas de informação e dados e capacitação de profissionais de saúde. O Ministério informou que vem estudando a questão e que em breve será nomeada a nova coordenação do PNI.
Ainda sobre o tema vacinas, o Ministro afirmou ser contra qualquer projeto que defina a obrigatoriedade de um passaporte da vacina e a vinculação de vacinas com programas sociais do governo. Queiroga também levantou a questão da redução dos preços de imunizantes. A equipe da Interfarma esclareceu que é necessário que os contratos de compra tenham prazos mais longos, garantindo assim escala e previsibilidade.
A incorporação de medicamentos também esteve na pauta da reunião. A Interfarma mencionou os desafios do cumprimento dos processos de dispensação de alguns produtos após recomendação da CONITEC. Sobre o tema, foi informado que deve ser tratado com a secretária da SCTIE, Sandra Barros.
Outro tema foi o financiamento da saúde. Queiroga afirmou ser importante discutir novos modelos de remuneração e reembolso. A equipe da Interfarma solicitou que a indústria seja considerada na discussão e na construção desse processo.
O Código de Conduta da Interfarma e o diálogo contínuo entre a indústria e o Ministério foram citados também. Sobre o Código, o ministro disse conhecê-lo e afirmou ser importante a regulamentação das relações entre a classe médica e as farmacêuticas, usando como exemplo o Sunshine Act dos Estados Unidos.
A Interfarma afirmou ser importante manter um diálogo continuo entre o setor e o Ministério, para a construção de uma agenda positiva e o desenvolvimento de um Complexo Industrial de Saúde no Brasil, independente da origem do capital.