
Interfarma participa de evento sobre desafios do câncer e das doenças cardiovasculares no Brasil
A Interfarma participou do evento “Desafios do Câncer e de Doenças Cardiovasculares”, promovido pelo Instituto Lado a Lado pela Vida, nos dias 29 e 30 de outubro. O objetivo do encontro virtual foi debater caminhos de promoção de saúde e preparar o Brasil para enfrentar essas doenças, as duas principais causas de mortes no país.
O Diretor de Acesso, Assuntos Institucionais e Econômicos da Interfarma, Eduardo Calderari, foi um dos debatedores da mesa “Avanços da medicina personalizada para os cânceres de pulmão e melanoma: onde estamos?”. Com moderação do oncologista Fernando Santini, participaram também da discussão Leonardo Vedolin, vice-presidente da área médica da DASA; Mauro Yoshiaki Enokihara, médico dermatologista; Milton Barros, oncologista clínico do AC Camargo Câncer Center; e Rodrigo Guindalini, oncogeneticista da Rede D´Or São Luiz, em Salvador.
A medicina personalizada é hoje um fato e vem possibilitando tratamentos mais avançados e efetivos para os pacientes. Os tratamentos para os cânceres de pulmão e de melanoma avançaram muito com ela. “A medicina personalizada é hoje uma realidade. O desafio agora é como a disponibilizamos para o paciente de maneira rápida. Para a fonte pagadora, é importante compreender se o paciente está na janela ideal para esse tipo de tratamento ou se terapias mais maduras serão mais efetivas”, destacou Calderari.
O diretor da Interfarma trouxe ainda para a discussão a diferença entre os processos de incorporação de novas tecnologias nos sistemas de saúde público e privado. “Na CONITEC, onde são decididas as incorporações no SUS, temos um rito muito bem estabelecido. Após seis meses do protocolo de solicitação, a Comissão precisa apresentar o parecer. Em seguida, há a discussão de preços com as empresas responsáveis pela nova terapia. O SUS em teoria tem um rito de incorporação mais rápido que o da ANS, mas que carece de melhorias, assim como o processo da ANS que define o ROL de procedimentos dos planos de saúde. A revisão do ROL é feita a cada dois anos e, por causa da pandemia do coronavírus, tivemos um adiamento de mais de um ano e agora tem previsão, caso não haja mais nenhuma mudança, para Março de 2021”, explicou.
Segundo Calderari, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) está disposta a rever seu processo de incorporação e aproximá-lo ao rito da CONITEC. “A ANS está atenta a isso e devemos ter mais celeridade no processo de incorporação na saúde suplementar. A discussão tem que ser mais ampla e envolver mais stakeholders. Médicos, associações de pacientes e a indústria farmacêutica devem estar envolvidas nela. Além disso, a população pode participar das decisões por meio das consultas públicas realizadas tanto pela CONITEC quanto pela ANS. É preciso ter voz ativa no processo. O cidadão não pode só reclamar, mas tem que aproveitar esses momentos para colocar sua voz e contribuir com a melhora dos sistemas de saúde”, concluiu o diretor da Interfarma.