INTERFARMA
Com o objetivo de traçar um panorama da pesquisa clínica no Brasil, a INTERFARMA (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa) encomendou um amplo estudo à Consultoria IQVIA, especializada no setor, para investigar entraves e potenciais de crescimento na área.
O resultado deste trabalho, intitulado “A Importância da Pesquisa Clínica para o Brasil”, foi lançado na Sessão Solene de Abertura do Seminário INTERFARMA, em Brasília, na última quinta-feira, dia 04, e entregue ao Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
Também estiveram no evento a Senadora Mara Gabrilli, convidados internacionais, lideranças de agências reguladoras e especialistas no setor farmacêutico.
“A pesquisa clínica está diretamente ligada à inovação – ela é o caminho para o desenvolvimento de terapias melhores e mais eficientes. Quanto mais favorável for o ambiente para estudos clínicos, mais o paciente brasileiro irá ganhar”, afirma Elizabeth de Carvalhaes, presidente-executiva da INTERFARMA.
Hoje, o Brasil se destaca como 9ª maior economia e 6º maior mercado farmacêutico do mundo. Contudo, figura apenas com a 24ª colocação em pesquisa clínica, considerando estudos iniciados em 2018. Existem entraves significativos para isso, como o tempo de espera para que um pedido de estudo clínico seja analisado e aprovado pelos órgãos reguladores, considerando os aspectos sanitários e éticos. Por vezes, o tempo de espera chega a 12 meses, o dobro da média mundial.
Como os principais estudos são multicêntricos, ou seja, realizados em diversos países ao mesmo tempo, muitos pesquisadores acabam desistindo de esperar pela resposta do Brasil e retiram o estudo do País. Outros, sequer incluem o Brasil, pois já conhecem as dificuldades locais.
Estima-se que o País tenha potencial para crescer rapidamente em pesquisa clínica, saltando da 24ª para a 10ª colocação, gerando milhares de empregos e beneficiando inúmeros pacientes. Isso porque o Brasil já possui cientistas qualificados e oferece um ambiente de pesquisa atraente, pela diversidade da população, do clima e dos aspectos culturais.
Sob a perspectiva econômica, a pesquisa clínica tende a atrair investimentos, aprimorar a qualificação dos cientistas, melhorar as condições de infraestrutura e beneficiar a balança comercial do setor.
O estudo é fruto de uma parceria entre INTERFARMA, ABRACO (Associação Brasileira de Apoio e Combate ao Câncer) e Aliança Pesquisa Clínica Brasil.