Interfarma Português 26/08/2015

Interfarma alerta para o impacto da crise econômica no setor farmacêutico

Em reportagem na Revista Valor 1000, do Valor Econômico, o presidente-executivo Antônio Britto mostra que o crescimento do setor deve ficar abaixo de dois dígitos neste ano e, ao mesmo tempo, o governo enfrenta aumento da judicialização. Veja a reportagem completa abaixo:
População e governo compram menos remédio
Revista Valor 1000
O setor farmacêutico brasileiro, que nos últimos anos ostentou um crescimento anual de dois dígitos, deve terminar 2015 com percentual inferior a 10%. A queda é reflexo da crise econômica, que começa a ser sentida na redução do consumo de medicamentos pela população e que impacta também as compras públicas.
As vendas do varejo farmacêutico, que representa 68% do mercado nacional – o restante é diluído entre governo, hospitais e clínicas -, tiveram variação positiva de 10,82% em 2013, para RS 37,5 bilhões, e de 11,88% no ano passado, totalizando RS 42 bilhões.
Como no Brasil as pessoas são responsáveis por 74% do total das compras de medicamentos, Antonio Britto, presidente-executivo da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), afirma que se notam sinais de restrição de consumo dos chamados produtos eletivos, que não dependem de prescrição médica.
O cenário desfavorável também afeta as compras públicas, que respondem por 25% das aquisições de medicamentos. "Os governos estão demorando mais para comprar ou estão comprando em menor quantidade, ou estão comprando e demorando para pagar."
O panorama da saúde no Brasil nos próximos anos é desafiador, segundo Britto. Com o envelhecimento da população e o surgimento de doenças complexas e crônicas, cujo tratamento é mais caro, o governo terá que comprometer parcelas maiores de recursos para o Sistema Único de Saúde (SUS) para garantir o atendimento à população.
Mas há um crescente processo de "judicialização de saúde", ou seja, ações na Justiça motivadas pela falta de acesso ao Sistema Único de Saúde (SUS), seja pela falta de remédios ou porque os tratamentos não foram incorporados à rede pública. Segundo a Interfarma, as despesas do Ministério da Saúde geradas por ações judiciais saltaram de RS 367 milhões para R$ 844 milhões entre 2012 e 2014, correspondendo a um aumento de 129%. O acumulado desse período é de RS 1,76 bilhão.

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