Gilberto Occhi deixa comando da Caixa e assume pasta da Saúde

O Globo

LETICIA FERNANDES e GERALDA DOCA

O presidente da Caixa Econômica Federal, Gilberto Occhi, deixará a presidência do banco na próxima semana para assumir o Ministério da Saúde, comandado pelo PP, dando início à reforma ministerial que o presidente Michel Temer terá de fazer até o dia 6 de abril. Devem ser substituídos 12 ministros, que deixarão as pastas para disputar as eleições de outubro.

Nas conversas que teve com os titulares das pastas, finalizadas na semana passada, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, deixou claro que os substitutos deverão defender o legado do governo e o candidato escolhido pelo Planalto — seja ele o próprio Temer ou da base. Como o nome só deverá ser definido em junho, quando, nas palavras de um ministro, “todas as cartas estarão colocadas na mesa”, o governo não descarta ter de fazer uma segunda reforma ministerial, já totalmente focada nas eleições.

O titular da Saúde, Ricardo Barros, também do PP, vai sair do cargo para disputar a reeleição para a Câmara dos Deputados. Ele antecipou seu movimento e saíra no dia 28 porque pretende presidir a Comissão Mista de Orçamento do Congresso.

O ministro dos Transportes, Maurício Quintella Lessa, do PR, também sairá na próxima quinta-feira para se candidatar. Ainda não foi definido o sucessor, mas um dos cotados é o senador Wellington Fagundes (MT).

Um dos casos delicados é o do ministro Gilberto Kassab, do PSD, que disse que apoiará o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), nas eleições presidenciais. Ele esteve no Planalto ontem. Questionado pelo GLOBO se havia decidido a sua situação, afirmou que isso só será definido na semana que vem.

Já o DEM ocupa o Ministério da Educação, mas tem o deputado Rodrigo Maia (RJ) como précandidato a presidente. O ministro Mendonça Filho esteve com Temer esta semana, e a tendência é que a pasta continue sendo tocada pela secretária-executiva, Maria Helena Guimarães. O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes (PSDB), avisou o presidente que deve ficar na pasta. Os tucanos não são mais da base do governo, mas Aloysio é da cota pessoal de Temer.

Apesar da possibilidade de que nomes técnicos assumam no lugar dos titulares, Temer tem dito a aliados próximos que não quer ficar com um ministério só de técnicos sem traquejo político. O desejo do presidente é que os novos titulares façam uma defesa enfática das ações de seu governo. Esse seria mais um dos indicativos de que uma segunda leva de trocas ministeriais poderia acontecer em junho.

Também ontem, o presidente da Itaipu, Luiz Vianna, indicado ao cargo pelo governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), pediu demissão para ir para a iniciativa privada. A ideia do governo é dar a vaga ao PMDB de Temer. O nome do substituto ainda não foi definido.

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