Interfarma Português 09/12/2015

Drogarias vão eliminar 11 mil vagas

DCI
São Paulo – A perspectiva de corte, na casa dos R$ 578 milhões, no programa Farmácia Popular, do governo federal, deve atingir em cheio as pequenas e médias drogarias. A previsão é que 11 mil postos de trabalho sejam eliminados no setor.
De acordo com um levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), o programa "Aqui Tem Farmácia Popular" é um estímulo usado pelas varejistas menores para atrair clientes e garantir rentabilidade mesmo com a concorrência forte das maiores empresas deste ramo.
A decisão de cortar aproximadamente R$ 578 milhões oriundos do programa foi anunciado recentemente, em meio às discussões do ajuste fiscal e das promessas do governo de preservação dos programas sociais. O corte, que ainda precisa ser aprovado pelo Congresso para ser efetivado, diz a Fecomercio, afetará os medicamentos oferecidos com desconto na aquisição, e o efeito será imediato.
Concentração
Para a entidade a redução dos recursos irá acarretar no fechamento de farmácias de pequeno e médio porte que têm parcela significativa de seu faturamento vinculado ao programa o que elevará ainda mais a concentração de mercado nas grandes. "Tal medida também pode influenciar na geração de empregos no setor de farmácias e perfumarias, o único varejista que, mesmo em uma conjuntura de crise, registrou uma expressiva geração de vagas em 2015", disse a entidade, em comunicado.
Estimativas da Federação mostram ainda que o varejo de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos irá faturar cerca de R$ 120 bilhões em 2015. Apesar de pouco representativo sobre o total, o corte de R$ 578 milhões proposto para o orçamento de 2016 poderá provocar o fechamento de aproximadamente 2,2 mil vagas de emprego.
Entre os únicos setores do varejo brasileiro que não apresentaram quedas bruscas nas vendas este ano, o segmento de farmácias e drogarias apresentou, em setembro, um saldo positivo de 10.875 empregos com carteira assinada. "Só no Estado de São Paulo, foram 2.677 novos postos de trabalho", relatou a entidade.
O dado veio como um alento ao varejo, que já eliminou mais de 2335 mil postos de trabalho nos nove primeiros meses do ano.
De opinião similar partilha o presidente da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), Antônio Britto. "Lamentamos que a crise tenha tornado um corte como esse necessário", diz ele, que estima que ao menos três milhões de brasileiros sejam prejudicados com o corte no orçamento do programa.

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