DCI
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deu início esta semana a uma força-tarefa no Aeroporto Internacional de Viracopos para liberação de produtos da linha saúde, nas câmaras frias do terminal de carga há 67 dias, que inclui insumos farmacêuticos, produtos perecíveis e vários produtos químicos para a indústria de cosméticos.
Segundo o assessor de assuntos institucionais de Viracopos, Carlos Alberto Alcântara, "uma força-tarefa segue até amanhã, mas devido à grande quantidade de produtos provavelmente não conseguirá dar conta da liberação", ressalta.
Ainda segundo Alcântara, "a falta de fiscais na Anvisa teria culminado nessa situação, no entanto, no aeroporto Internacional de Guarulhos a situação é bem diferente. Lá os produtos são liberados em no máximo três dias".
"O acúmulo de mercadorias é tal que, para reduzir sobrecargas nos equipamentos e evitar a operação acima da capacidade de armazenamento, a concessionária foi forçada a locar, emergencialmente, contêineres frigoríficos para garantir a refrigeração das mercadorias", diz ele.
Medidas para agilizar
Em setembro do ano passado, Viracopos e a Subcomissão Permanente de Comércio Exterior da Câmara dos Deputados Federais realizaram um evento em conjunto e cobraram medidas da Anvisa para agilizar e dar mais eficiência no trâmite de volumes no aeroporto. Na ocasião a Anvisa montou uma força tarefa e conseguiu reduzir de 40 dias para até dois dias.
O diretor de comércio exterior do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) regional Campinas, Anselmo Riso, criticou a atuação da Anvisa na liberação rápida desses produtos.
"A gente percebe o descaso com que os órgãos federais tratam essa região, que é uma das regiões mais modernas do país. Um exemplo que nós sempre tivemos aqui é o aeroporto internacional de Viracopos, que é um dos mais modernos na área de procedimentos em comércio exterior, tanto que a Receita Federal quanto o próprio Ministério da Agricultura vem procurando se modernizar, mas a Anvisa ao contrário, se fechou de maneira a não receber as nossas reivindicações", disse indignado.
Grupo de trabalho
O Ciesp está com um grupo de trabalho muito forte desenvolvendo ações não somente na parte técnica, mas com o intuito de encabeçar um movimento em parceria com a Câmara de Comércio Exterior de Campinas e Região no sentido de desenvolver um movimento político envolvendo prefeitos da região, parlamentares suprapartidários e movimentos sociais para poder sensibilizar a Anvisa da necessidade de fazer com que os procedimentos de liberação de cargas no aeroporto de Viracopos não fiquem em 67 dias, mas num prazo de pelo menos 2 a 5 dias.
As duas entidades pretendem marcar um grande evento para divulgar ao público o que está sendo feito ao longo desses anos e está sendo apresentado. "Nós não estamos só reclamando, pelo contrário, estamos apresentando soluções. Nós temos que nos queixar de como a diretoria da Anvisa e o Ministério da Saúde estão ajudando para que esse problema seja resolvido", diz.