
Amapá confirma morte de duas crianças por sarampo
Estado registra 80% dos casos da doença no país
Com informações da Agência Brasil
O Estado do Amapá registrou a morte de duas crianças por sarampo, segundo informações do governo do Estado. Uma delas aconteceu na capital Macapá e outra na cidade de Pedra Branca do Amapari.
Óbitos por sarampo não ocorriam há pelo menos duas décadas no estado. Segundo a Agência Brasil, os dois casos, as crianças não estavam vacinadas, pois a imunização começa apenas aos 6 meses e as crianças eram mais novas quando contraíram a doença. Os diagnósticos foram confirmados pela Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro. O Estado do Amapá já registrou 320 casos de sarampo de janeiro a maio e é responsável por 80% dos casos do país em 2021.
Em 2020, foram registrados 8.448 casos e dez mortes por sarampo, segundo o Boletim Epidemiológico 12 do Ministério da Saúde (março/2021) sobre a situação epidemiológica do sarampo no Brasil. Em 2021, até a Semana Epidemiológica (SE) 13, foram registrados 318 casos de sarampo em três estados, Amapá, Pará e São Paulo.
Em 2016, o Brasil comemorou ser um território livre de sarampo e recebeu o certificado da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). Mas apenas dois anos depois, o vírus voltou a circular no país e, em 2019, o Brasil perdeu o certificado.
Considerada uma doença extremamente contagiosa, o vírus se espalha pelo contato direto entre o doente e pessoas sem imunidade para a doença. Crianças menores de cinco anos, pessoas desnutridas ou imunodeprimidas podem desenvolver um quadro grave da doença.
A queda na cobertura vacinal vista nos últimos anos é a principal responsável pela volta da circulação do vírus em território brasileiro. Em 2020, a taxa da tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) foi de 79,46% para a primeira dose e 62,72% para a segunda dose.
Uma pessoa só é considerada completamente vacinada contra o sarampo quando recebe duas doses da tríplice viral depois dos 12 meses, com intervalo mínimo de um mês entre elas. Além disso, doses de reforço podem ser necessárias quando há surto da doença.
Movimento Esquadrão da Vacina
A Interfarma se uniu à Central Única das Favelas (CUFA) e juntas promovem o “Movimento Esquadrão da Vacina”, uma campanha de conscientização sobre a importância da vacinação de abrangência nacional. Com o objetivo de ajudar o país a atingir as metas da cobertura vacinal dos imunizantes disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS), desde março estão promovendo diversas ações para conscientizar, engajar e educar a população, principalmente nas comunidades que possuem menor acesso à informação. A campanha conta ainda com o apoio da Sociedade Brasileira de Medicina Farmacêutica (SBMF).
A partir de maio, começam as ações em 12 comunidades em seis estados brasileiros. Além da instalação de displays com material informativo, estão previstas panfletagens, veiculação de outdoors e spots em rádios comunitárias. Além disso, no decorrer de toda campanha, está sendo disponibilizado um serviço de esclarecimento de dúvidas via WhatsApp (+55 11 96622-7349).