O Globo
Monitoramento de rede realizado pela DAPP-FGV registrou, entre 29 de agosto e 5 de setembro, 75 mil referências a temas na área da Saúde. A falta de médicos para atenção básica e nas especialidades de média e alta complexidade é o maior motivo de queixas nas redes, revelando a extensão do problema da escassez de profissionais.
O volume baixo de reclamações sobre infraestrutura e remédios sugere, por outro lado, que as unidades de saúde e o acesso a medicamentos aparecem em melhor situação.
A análise das menções classificadas por área revela que as referências relacionadas a atendimento são cerca de quatro vezes maiores do que “falta de infraestrutura” e “falta de remédios” somados. É possível afirmar, assim que a questão do acesso ao Sistema Único de Saúde (SUS) é o problema mais presente, retrato este que é reforçado pela nuvem de palavras sobre SUS, em que se destacam as termos “filas” e “esperar”.
O cenário da Saúde observado nas redes sugere, nesse sentido, que a demanda por mais recursos para o setor — reivindicação bastante presente no debate público — deve ser acompanhada pela discussão mais ampla em torno do modelo de gestão integrada do sistema, reunindo as esferas federal, estadual e municipal de governo.
Mas existe também demanda crescente por consultas em especialidades de média e alta complexidade, conforme revela o mapa de menções.
A reivindicação por maior acesso a consultas e exames se mostra presente em todas as regiões e tende a crescer. As referências aos planos de saúde também mostram insatisfação com o tempo de espera, além de preços altos, falta de cobertura e acesso negado a procedimentos.
O mapa das redes em relação à Saúde indica, assim, a necessidade de que os entes federativos priorizem a questão da falta de médicos em atendimento básico e também em especialidades no planejamento de políticas públicas para o setor, bem como uma maior atenção a temas de gestão e ainda de regulação do setor privado de Saúde.